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Política

Em meio à crise de segurança, primeiro-ministro do Haiti renuncia ao cargo

Foto: Andrew Kasuku/AP 

Em pronunciamento, Henry afirmou que deixará o poder assim que um conselho de transição for instaurado. Haiti receberá apoio internacional para a realização de eleições.

O primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, renunciou ao cargo na noite desta segunda-feira (11). Em um pronunciamento, Henry afirmou que deixará o poder assim que um conselho de transição for instaurado. 

Horas antes do pronunciamento, a renúncia do primeiro-ministro haitiano já havia sido confirmada por Irfaan Ali, presidente da Guiana e atual líder da Comunidade do Caribe (Caricom), a qual o Haiti faz parte. 

Além disso, autoridades dos Estados Unidos afirmaram que a decisão sobre a renuncia de Henry foi tomada na sexta-feira (8). 

“Peço a todos os haitianos que mantenham a calma e façam tudo o que puderem para que a paz e a estabilidade voltem o mais rápido possível”, disse.

Segundo a Caricom, o conselho de transição haitiano será composto por dois observadores e sete membros com poder de voto, incluindo representantes do setor privado, da sociedade civil e da igreja. 

No caso da nomeação do primeiro-ministro interino, o nome escolhido pelo conselho não poderá participar das próximas eleições do Haiti. 

O presidente da Guiana afirmou que a Comunidade do Caribe e outras entidades internacionais se comprometeram em colaborar com a transição pacífica de poder no Haiti e a realização de eleições livres. 

O Haiti decretou estado de emergência no dia 3 de março depois de penitenciárias serem atacadas por gangues armadas. Mais de 3.500 detentos conseguiram fugir e mortes foram registradas. 

O episódio piorou a situação do Haiti, que vive uma crise política, humanitária e de segurança desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse, em 2021. Naquele ano, Ariel Henry assumiu o poder. 

Líderes de gangues e parte da população queriam a saída de Henry e a realização de eleições gerais, que não acontecem há quase uma década. Por outro lado, o primeiro-ministro afirmava que ainda não era seguro realizar eleições. 

Atualmente, Henry está na ilha de Porto Rico, que é um território dos Estados Unidos. Gangues haitianas ameaçaram o primeiro-ministro e atacaram o principal aeroporto do país para impedir a volta dele. 

Autoridades dos Estados Unidos afirmaram que Henry poderá continuar no território pelo tempo que for necessário e que o retorno dele ao Haiti depende de uma melhora na segurança do país. 

O agravamento da situação no Haiti fez com que o Brasil pedisse com urgência a implementação de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU para a criação da Missão Multinacional de Apoio à Segurança no Haiti. 

O que está acontecendo no Haiti: saiba como as gangues se tornam mais organizadas e bem armadas do que a polícia

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