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Política

China intensifica perseguição a cristãos à medida que consolida controle sobre Hong Kong

O relatório anual da Comissão dos Estados Unidos sobre Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF) revelou um aumento na perseguição contra cristãos em Hong Kong. Esse cenário se intensificou após a aprovação da nova Lei de Segurança Nacional pelo parlamento local, que reflete a influência da ditadura comunista de Pequim.

A legislação restringe drasticamente a liberdade de expressão, associação, reunião e imprensa, afetando diretamente os religiosos que vivem no território semiautônomo. Além das regras gerais que impactam toda a população, há artigos específicos voltados para a vigilância de religiosos. Por exemplo, o artigo 23 obriga líderes católicos a revelarem segredos do confessionário, alegando que isso pode ajudar na identificação de dissidentes.

A desobediência à legislação pode resultar em penas de até 14 anos de prisão para os padres. O relatório classifica a situação de Hong Kong em relação à liberdade religiosa como “preocupante”. A política influenciada pela China levou muitas igrejas e grupos religiosos a se autocensurarem para evitar retaliações do governo local e do regime chinês.

Garry Pang Moon-yuen, um pastor protestante, foi o primeiro clérigo de Hong Kong condenado com base na recente Lei de Segurança Nacional. Ele foi preso em 2022, período em que Pequim já havia implementado normas para maior controle do território. Posteriormente, ele foi acusado de “pregação sediciosa”.

O relatório mais recente da USCIRF destaca que, em 2023, as condições de liberdade religiosa na China se deterioraram. A ditadura intensificou sua política de “sinicização da religião”, exigindo que todos os principais grupos religiosos seguissem a ideologia do Partido Comunista Chinês.

A perseguição às igrejas protestantes domésticas também aumentou. De acordo com a USCIRF, o regime comunista continuou a reprimir essas igrejas, detendo, prendendo e sentenciando protestantes independentes sob acusações de “ameaças à segurança”. Além disso, Pequim torturou cristãos detidos em centros de detenção e prisões secretas.

Outro relatório recente da Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira revelou que milhares de cristãos de Hong Kong fugiram para o Reino Unido devido à crescente perseguição nos últimos anos. Cerca de 30 novas igrejas foram estabelecidas no país. Hong Kong, que foi uma colônia britânica até 1997, enfrenta desafios significativos em sua busca pela liberdade religiosa.

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