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Política

Abraji recorre ao STF devido à falta de transparência das “emendas Pix”

Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) protocolou, nesta quinta-feira (25/7), uma petição no Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar a constitucionalidade do formato atual das “emendas Pix” do Congresso Nacional. Esta modalidade, criada em 2019, permite que o dinheiro destinado por deputados e senadores vá diretamente para os cofres das prefeituras e governos estaduais, sem necessidade de fiscalização.

Na petição apresentada pela Abraji, a entidade solicita ao STF que se instaure uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) para examinar a legalidade das emendas Pix. Segundo a organização, as emendas parlamentares individuais provocam um apagão nos sistemas de fiscalização do Orçamento, comprometendo a transparência e a correta aplicação dos recursos públicos.

Emendas Pix: O Que São e Como Funcionam?

As emendas Pix são uma modalidade de emendas parlamentares que garantem a transferência direta de recursos para prefeituras e governos estaduais, sem a necessidade de fiscalização por órgãos de controle. Criadas em 2019, essas emendas prometiam facilitar o repasse de verbas, mas acabaram por gerar uma série de críticas devido à falta de transparência.

Quais São as Implicações das Emendas Pix?

A Abraji, juntamente com outras entidades, vê com preocupação a pouca transparência nesse processo. Em um estudo publicado pela Transparência Brasil, constatou-se que grande parte dessas emendas é classificada como “destinação genérica”, o que dificulta ainda mais a fiscalização adequada.

  • Dificuldade na fiscalização dos repasses.
  • Ausência de controle sobre a aplicação dos recursos.
  • Possibilidade de uso indevido dos fundos públicos.

 

STF e a Ação Direta de Inconstitucionalidade

A petição da Abraji foi direcionada ao ministro Flávio Dino, que é relator de outro processo sobre o mesmo tema, movido pelo PSol. Este processo trata do chamado “orçamento secreto”, relacionado às despesas discricionárias de emendas do relator-geral do Orçamento.

O orçamento secreto já foi considerado inconstitucional pelo STF em 2022. Nele, estavam previstas emendas como “indicador de resultado primário (RP) n° 09”, que gera gastos públicos sem a devida previsão e controle.

Por Que a Transparência é Tão Importante?

De acordo com a própria Abraji, um sistema de fiscalização robusto e transparente é essencial para garantir que os recursos públicos sejam aplicados corretamente. A ação protocolada no STF destaca que a uniformização judicial é necessária para assegurar essa transparência.

O documento entregue ao STF menciona:

  • Emendas do relator-geral: Propostas que somam até R$ 9,85 bilhões em emendas destinadas a políticas públicas.
  • Emendas individuais: O montante aumentou de R$ 11,7 bilhões em 2023 para aproximadamente R$ 21 bilhões.

 

Desdobramentos Futuros

O ministro Flávio Dino vai herdar o debate sobre o orçamento secreto da ministra aposentada Rosa Weber. Este é um tema que promete gerar muita discussão no STF, especialmente em relação às emendas Pix e à sua constitucionalidade.

A Abraji e outras entidades continuarão a acompanhar de perto os desdobramentos dessa questão, na esperança de obter um sistema mais transparente e equitativo na distribuição dos recursos públicos.

Quais Serão os Próximos Passos?

Agora, cabe ao STF decidir se o formato atual das emendas Pix será mantido ou considerado inconstitucional. Esta decisão terá impactos significativos na forma como os recursos públicos são fiscalizados e distribuídos no Brasil.

Enquanto isso, a Abraji e outras organizações continuarão a defender a transparência e a correta aplicação dos recursos públicos, buscando mecanismos que garantam um controle mais eficaz das emendas parlamentares.

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