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Relatório aponta nível recorde de segurança alimentar aguda no Sudão

Cerca de 14 meses após o início do conflito do Sudão, o país vive os níveis mais graves de insegurança alimentar aguda registrados pela Classificação Integrada das Fases de Segurança Alimentar, IPC.

Uma nova análise revela que mais da metade da população sudanesa enfrentará níveis de crise ou ainda piores entre junho e setembro. O problema que afeta 25,6 milhões de pessoas coincide com a estação de escassez. 

Confrontos entre forças do Exército do Sudão e do RSF provocaram mais de 16.650 mortes

Confrontos entre forças do Exército do Sudão e do RSF provocaram mais de 16.650 mortes

Maior mobilização de milícias locais

Cerca de 755 mil pessoas em 10 estados sudaneses deverão enfrentar fome catastrófica. O relatório de segurança alimentar, publicado esta quinta-feira, prevê ainda que 8,5 milhões de pessoas vivam em emergência, ou quase 18% da população sudanesa.

Com o risco de fome em 14 áreas, a previsão é que a ajuda humanitária, os mercados e as atividades de subsistência sejam afetados se o conflito agravar. Outro receio é que aumente a mobilização de milícias que limitam a mobilidade.

A situação é particularmente crítica para populações que estão presas em áreas diretamente afetadas pelo conflito ou que sofram com insegurança e falta de proteção.

Ameaças à segurança

O relatório IPC destaca que a situação da segurança alimentar e nutricional se deteriorou de forma significativa no Sudão.

Na atualização anterior, divulgada em dezembro, a previsão era que 17,7 milhões de pessoas encarassem altos níveis de insegurança alimentar aguda entre outubro e fevereiro. O percentual é de 37% da população.

Entre as razões apontadas para a situação estão a piora significativa do conflito entre facções armadas e a violência organizada. As ameaças à resposta humanitária incluem falta de segurança, bloqueio de estradas e preocupações com a proteção.

Uma refugiada sudanesa senta-se com seus gêmeos de três meses em um centro de conscientização sobre amamentação e nutrição apoiado pela Unicef no leste do Chade

Uma refugiada sudanesa senta-se com seus gêmeos de três meses em um centro de conscientização sobre amamentação e nutrição apoia

Uma refugiada sudanesa senta-se com seus gêmeos de três meses em um centro de conscientização sobre amamentação e nutrição apoiado pela Unicef no leste do Chade

Assistência significativa

O relatório adverte para o risco de se atingir os piores níveis de insegurança alimentar aguda e desnutrição na estação de escassez com a continuação dos confrontos e falta de assistência significativa para população.

As recomendações destacam a necessidade de ação imediata. O alvo é evitar mortes generalizadas, o colapso total dos meios de subsistência e impedir uma crise de fome catastrófica no Sudão.

Além do conflito, a situação atual é impulsionada por fatores como insegurança, deslocamento e choques econômicos. Em maio, os preços das principais commodities alimentares aumentou entre 130% e 296%.

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