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Portugal presenteia ONU com obra de tapeçaria inspirada nos oceanos

Uma peça de tapeçaria portuguesa é a mais nova obra de arte na sede das Nações Unidas em Nova Iorque. O presente, oferecido por Portugal, celebra a importância dos recifes de corais, um ecossistema com a maior biodiversidade do mundo, mas extremamente ameaçado.

A cerimônia de entrega aconteceu nesta semana, com a presença do secretário-geral, António Guterres, o primeiro-ministro António Costa, a embaixadora do país junto à ONU, Ana Paula Zacarias, entre outros. Guterres destacou o papel de Portugal na proteção dos oceanos, a riqueza dos corais e ressaltou o uso de materiais reaproveitados na obra. 

Branqueamento catastrófico dos corais

O chefe das Nações Unidas lembrou que os corais estão sendo fortemente impactados pela mudança climática e o aquecimento recorde das águas oceânicas.  

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, estima que cerca de 25 a 50% dos recifes de corais do mundo foram destruídos . Outros 60% estão sob ameaça.

A oferta da peça marca os 30 anos desde a entrada em vigor da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar. Participando no evento, a ministra da Presidência de Portugal, Mariana Vieira da Silva, destacou que a entrega do presente também acontece próxima aos 50 anos do dia 25 de abril, data do fim da ditadura em Portugal.

“A importância deste evento é sinalizar algo que é muito importante para as Nações Unidas e também para Portugal. Os oceanos enquanto algo muito grande que precisamos de defender. E Portugal hoje oferece esta tapeçaria chamada Coral Vivo, simbolizando precisamente essa aposta e essa necessidade de salvar os nossos oceanos. E este ano, comemorando os 50 anos do 25 de Abril, 50 anos de democracia e esse timing que é também fundamental para esta oferta, pois foi uma mudança muito grande que Portugal fez nestes 50 anos de país que era apontado como tendo uma ditadura e a corrigir para um país que agora está associado a todos as dimensões do multilateralismo das Nações Unidas”.

António Costa, primeiro-ministro de Portugal, discursa na cerimônia inaugural de entrega da tapeçaria "Coral Vivo"

António Costa, primeiro-ministro de Portugal, discursa na cerimônia inaugural de entrega da tapeçaria “Coral Vivo”

Arte e sustentabilidade

A tapeçaria intitulada “Coral Vivo” é uma criação da jovem artista Vanessa Barragão, que tem sua arte marcada pela inspiração nos oceanos e a ecologia. Ela explica que desenvolve seu trabalho de forma sustentável. 

“O meu trabalho é muito inspirado pelo mar, das coisas que mais me inspiram. A natureza no geral, mas o mar em específico é uma das coisas que mais me inspiram. Ver a degradação dele foi um dos motivos pelo qual eu decidi focar mais nessa mensagem. Enquanto artista, eu acho que é bastante importante passar uma mensagem e é essa a mensagem que eu procuro passar para consciencializar e ajudar de fato o planeta de alguma forma. Portanto, o meu trabalho também é todo feito a partir de desperdícios da indústria têxtil, e é muito focado na sustentabilidade e ecologia. Portanto, esta parte dos materiais é uma parte muito importante do meu trabalho, é o pilar, e a mensagem que é passada.”

Os convidados presentes no evento tiveram a oportunidade de assistir a uma apresentação da cantora de fado Carminho, que também conversou com a ONU News.

“Para mim é uma honra poder trazer o fado, a música, a este evento, a este lugar tão emblemático e tão importante para nossas vidas em comunidade.  E o fato de ser esta celebração da relação Portugal/ONU e esta dádiva desta peça relativa ao mar, que funciona também muito com o universo do fado.”

A sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, abriga ainda desde 1996 um painel de azulejos doado por Portugal que fica na entrada da sala de jantar dos representantes dos países.

Cantora de fado Carminho se apresentou na cerimônia de entrega

Cantora de fado Carminho se apresentou na cerimônia de entrega

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