A ONU não vai sair de Gaza. Foi essa a mensagem enfatizada pelo secretário-geral, António Guterres, ao anunciar uma redução de pessoal na área afetada por um conflito de quase 15 meses entre Israel e o grupo Hamas.
A decisão de diminuir o número de trabalhadores correu após os ataques israelenses, que mataram centenas de civis, incluindo funcionários das Nações Unidas.
Riscos “intoleráveis” para funcionários da ONU
Em nota, divulgada nesta segunda-feira, Guterres afirmou que com base nas informações disponíveis, os ataques que atingiram o complexo da ONU em Deir Al Balah, em 19 de março, foram causados por um tanque israelense.
Um trabalhador da Bulgária morreu na hora e outros cinco profissionais da organização ficaram feridos. Eles são da França, da Moldávia, da Macedônia do Norte, dos Territórios Palestinos e do Reino Unido. Todos tiveram ferimentos graves e alguns terão sequelas para o resto da vida.
O secretário-geral da ONU reiterou que a localização deste complexo era bem conhecida pelas partes em conflito. Imediatamente após o ataque, Guterres pediu uma investigação completa e independente.
Ele voltou a dizer que ambos os lados do conflito são obrigados pelo direito internacional a proteger a inviolabilidade absoluta das instalações das Nações Unidas. Sem isso, os funcionários ficam expostos a riscos “intoleráveis” em seu trabalho de salvar vidas.

Um homem está sentado entre sacos com cadáveres em Gaza, após novos ataques aéreos
Sobreviência e proteção dos civis
Guterres afirmou que a suspensão de entrada de ajuda, imposta por Israel, há três semanas, é a mais longa desde o início da guerra em outubro de 2023. O resultado é o aumento das necessidades humanitárias e da preocupação com a situação dos civis.
O líder das Nações Unidas disse que a organização continua comprometida em fornecer ajuda da qual os palestinos dependem para sua sobrevivência e proteção.
Ele também pediu que todos os Estados usem sua influência para acabar com o conflito e garantir o respeito ao direito internacional, aplicando pressão diplomática e econômica e combatendo a impunidade.