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OMS relata surtos de cólera em 26 países

De 1º de janeiro a 28 de julho de 2024, um total acumulado de 307.433 casos de cólera e 2.326 mortes foram relatados em 26 países, em cinco regiões da Organização Mundial da Saúde, OMS.

Em um informe divulgado nesta quinta-feira a agência afirmou que a região do Mediterrâneo Oriental registrou os números mais altos.

Mais de 8 mil casos em Moçambique

Em seguida estão África, Sudeste Asiático, Américas e Europa. Nenhum surto foi relatado na região do Pacífico Ocidental durante esse período. O Afeganistão é o país mais afetado, com mais de 95 mil casos de diarreia aquosa aguda, que podem estar associados com a cólera, e 48 mortes.

Na região africana, os países mais afetados são Etiópia, República Democrática do Congo, Zâmbia, Zimbabué, Ilhas Comores e Moçambique. A nação lusófona registou 8.132 casos e 18 mortes no período analisado.

A resposta à cólera continua sendo afetada por uma escassez crítica de vacinas orais contra a doença, pois a demanda continua superando a oferta.

Segundo a OMS, foram 105 milhões de doses solicitadas por 18 países desde janeiro de 2023, quase o dobro das 55 milhões produzidas neste período.

Uma criança recebe cuidados médicos num centro de tratamento de cólera em Kivu do Norte, República Democrática do Congo

Uma criança recebe cuidados médicos num centro de tratamento de cólera em Kivu do Norte, República Democrática do Congo

Emergência de grau 3

A agência classificou o ressurgimento global da cólera como uma emergência de grau 3 em janeiro de 2023, o nível interno mais alto para emergências aplicado pela entidade.

Com base no número de surtos e sua expansão geográfica, juntamente com a escassez de vacinas e outros recursos, a OMS continua avaliando o risco em nível global como muito alto. Por isso, a cólera permanece classificada como uma emergência de grau 3.

Em julho de 2024 um total de 51.982 novos casos foram notificados em 17 países, marcando um aumento de 15% em relação ao mês anterior. Em relação a mortes, o aumento foi de 34% em comparação com o mês anterior.

Colaboração nas fronteiras

A dinâmica dos surtos de cólera é cada vez mais complexa devido a fatores que transcendem as fronteiras nacionais, como a mobilidade populacional, os desastres naturais e as alterações climáticas.

Segundo a OMS, o risco de transmissão transnacional é frequentemente agravado por “fronteiras porosas com numerosos pontos de entrada não oficiais e vigilância inadequada de doenças”.

Para enfrentar estes desafios, a agência defende que os países devem priorizar a colaboração transfronteiriça, estabelecendo mecanismos de compartilhamento de dados em tempo real.

O objetivo da proposta é harmonizar sistemas de vigilância, otimizar recursos e implementar intervenções conjuntas de preparação e resposta.

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