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Estande de moda sustentável na Unea-6 ensina sobre circularidade para o setor

Com pedaços de peças de roupa doadas e retalhadas, a artesã queniana Margaret Amimo está tecendo um colorido tapete comemorativo à Unea-6. Desde o primeiro dia do evento global, que começou em 26 de fevereiro e termina nesta sexta-feira, Margaret trabalha no item enquanto conversa com os curiosos que aparecem no estande Threads of Change, uma parceria do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, com a Aliança das Nações Unidas para a Moda Sustentável que apresenta aos participantes da Assembleia algumas inovações revolucionárias na indústria têxtil. 

O estande exibiu peças de vestuário, vídeos informativos, e uma “Feira de Reparos” onde os participantes podem ter aulas práticas de tecelagem e conhecer o trabalho da One Unep Textile Initiative – cuja meta para os próximos cinco anos é ter 300 empresas e indústrias têxtis com normas, práticas e padrões sustentáveis de produção.

Exposição que promove a moda sustentável durante a sexta sessão da Assembleia Ambiental da ONU em Nairóbi, Quênia

Exposição que promove a moda sustentável durante a sexta sessão da Assembleia Ambiental da ONU em Nairóbi, Quênia

Moda sustentável

“Esse projeto está guiando um número de negócios de confeccção a se tormarem sustentáveis”, explica o holandês Elmar Stroomer, um dos fundadores da Africa Collect Textiles, que emprega perto de 100 costureiros quenianos – entre eles, Margaret -, e os abastece com volumes de roupas doadas em um dos 40 pontos de coleta espalhados por Nairobi. 

“Estamos em um grupo de empresas e somos treinados em medição de impacto, garantir que o trabalho tenha um impacto cada vez maior. Além de permanecermos relevantes no mercado global, em um país como o Quênia, que é uma nação têxtil, também exportadora, precisamos garantir que sigamos a legislação futura. Espera-se que a União Europeia exija conteúdo reciclado em cada produto. Precisamos nos certificar de que recuperamos as fibras e podemos incorporá-las em novos fios e tecidos para garantir que permaneçamos relevantes no mercado global”

As peças de segunda ou terceira mão são desfeitas e “promovidas”, ganhando a forma de cestos, mochilas e brinquedos, entre outros itens – e muitos deles acabam sendo exportados de volta para os países de onde saíram as peças usadas (normalmente União Europeia, EUA e Canadá), fechando o ciclo da circularidade.

Um dos componentes da atuação do Pnuma em moda sustentável, também exposto no estande Threads of Change da Unea-6, é o  projeto de Eliminação de Produtos Químicos Nocivos da Cadeia de Suprimentos, financiado pelo Global Environmental Facility, GEF, cujo objetivo é criar cadeias de suprimento limpas, circulares, regenerativas e transparentes

Estande de moda sustentável na Unea-6 ensina sobre circularidade para o setor

Setores poluentes

Segundo o responsável do projeto, Theo Silberston, a moda e a construção estão entre os três principais setores econômicos mais responsável, devido às características atuais de suas cadeias de suprimento, pela poluição, emissões de gases com efeito de estufa, a degradação dos solos, a poluição da água e as ameaças à biodiversidade. 

“A intenção da exposição era fazer uma declaração, tanto para os estados membros quanto para as organizações e a sociedade civil, que o Pnuma é uma organização que é uma parceira preferencial na área têxtil. Somos uma organização que planeja crescer nessa área como um setor de alto impacto. Tivemos muitas conversas com os Estados-membros e organizações. Estamos muito felizes com o que conseguimos produzir aqui e ansiosos pela programação futura”

A moda, por exemplo, contribui com mais emissões do que todos os transportes globais, incluindo as viagens aéreas. Por seu turno, o setor de construção contribui com 39% das emissões globais e gera significativa poluição da água, degradação dos solos, perda de biodiversidade e poluição química.

*De Nairobi para ONU News, Ludmilla Duarte

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