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Conferência busca soluções urgentes para enfrentar riscos de seca global

Genebra acolhe até quarta-feira um encontro global marcando os 10 anos da Reunião de Alto nível sobre a Política Nacional de Seca. Especialistas, políticos e profissionais discutem o tema na Organização Meteorológica Mundial, OMM.

Para os organizadores, o momento é oportuno para trocar conhecimento e dar impulso à 16ª sessão da Conferência das Partes da Convenção da ONU para o Combate à Desertificação, Unccd. A maior conferência sobre terra e seca terá lugar em dezembro em Riad, a capital da Arábia Saudita.

Dependência de economias saudáveis das terras

Para a vice-secretária executiva da Unccd, Andrea Meza, é preciso reconhecer a dependência das economias saudáveis em relação a terras saudáveis.

Ela aponta a urgência em reconhecer que a terra e os sistemas naturais são aliados nas respostas à mudança climática e à seca, além de aproveitá-los para uma gestão integrada e proativa do problema.

A Conferência de Resiliência à Seca +10 acontece diante da piora de riscos de seca em nível global. O fenômeno que é considerado como um dos que provoca “mais mortes no mundo” frequentemente atrai pouca atenção, alerta a OMM.

Além de promover sistemas de gestão mais integrados, o evento quer estimular a vontade política, a criação e prática de medidas mais eficazes. Outras questões são a construção da resiliência e de uma atuação para ampliar os sistemas de alerta.

Preparação, resposta e adaptação à seca

Os organizadores do evento falam de uma oportunidade para reflexão sobre a década de avanços na preparação, resposta e adaptação à seca. Outra meta é explorar formas de transformar conhecimento em soluções práticas para ajudar os países a se tornarem mais resilientes à seca.

A secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, aponta a seca como “um risco climático astuto e perigoso, que prejudica a segurança alimentar humana e é uma das principais causas de deslocamento interno nos países mais afetados”.

A especialista enfatizou que o problema pode causar “um impacto arrasador no meio ambiente e nas economias e reverter o progresso no desenvolvimento sustentável”.

A chefe da agência de ONU defende soluções sustentáveis, baseadas no conhecimento científico e em políticas personalizadas que promovam práticas e políticas integradas de gestão da seca.

Seca e mudança climática

Mesmo com o conhecimento e as ferramentas disponíveis, Saulo ressalta que muitas vezes “não existe a vontade política e o investimento financeiro necessários para construir sociedades resilientes à seca.”

Entre os temas essenciais a marcarem a conferência estão os crescentes riscos relacionados ao fenômeno que são ditados pela mudança climática e pelo aumento das vulnerabilidades estruturais em muitas sociedades.

O evento propõe que se mude a abordagem, da reação impulsionada pela crise para a pró atividade que alavanque serviços climáticos, como previsões sazonais e ferramentas de ação antecipatória, incluindo mecanismos inovadores de fundos.

A reunião trata ainda dos avanços no monitoramento e previsão da seca e discute o reforço do monitoramento da seca para alertas precoces de segurança alimentar e saúde, e como incorporar políticas na iniciativa internacional sobre a questão.

De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, por causa das alterações do clima o ciclo da água é mais intenso causando chuvas mais fortes e inundações associadas, bem como secas severas em muitas regiões.

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