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Ao tocar Sino da Paz, Guterres pede que países usem “chance de mudança” na Cúpula do Futuro

Nesta sexta-feira, foi realizada na sede das Nações Unidas em Nova Iorque a tradicional cerimônia do toque do Sino da Paz, com a presença do secretário-geral da ONU, António Guterres, e do presidente da Assembleia Geral, Philemon Yang.

O evento celebrou antecipadamente o Dia Internacional da Paz, que ocorre todo 21 de setembro.

Significado do Sino

Antes de tocar o sino, Guterres pediu um momento de silêncio e reflexão sobre a forma como cada um pode “nutrir as condições necessárias para que um mundo pacífico floresça”.

O Sino da Paz foi forjado em 1950 pelas Nações Unidas a partir de moedas e medalhas doadas por pessoas de todo o mundo, incluindo o Papa, como símbolo de esperança.

O secretário-geral afirmou que a paz é a “razão de ser” e a “luz que guia” as Nações Unidas, mas lembrou que no mundo de hoje ela se encontra ameaçada, pois a guerra “está em marcha”.

Ele afirmou que do Oriente Médio ao Sudão, à Ucrânia e mais além, “vemos balas e bombas mutilarem e matarem; corpos empilhados; populações traumatizadas; e edifícios reduzidos a escombros”.

Uma chance de mudança

Guterres alertou também para o fato de que a desinformação está “atiçando as chamas do ódio” e novas tecnologias estão sendo transformadas em armas sem nenhuma salvaguarda. Segundo ele, com o aumento de desigualdades e divisões geopolíticas, os alicerces de um mundo pacífico estão sendo “fraturados”.

O líder da ONU destacou no entanto, que existe uma chance de mudança, este mês, com a Cúpula do Futuro, onde será possível iniciar um processo de “reforma e revitalização”. Segundo ele o foco deve ser em adaptar as instituições multilaterais à realidade de hoje, em vez da realidade da época da Segunda Guerra Mundial.

Guterres ressaltou a importância de promover a Nova Agenda para a Paz proposta pela ONU e garantir a participação plena e significativa na vida cívica e na construção da paz de comunidades historicamente marginalizadas, incluindo jovens e mulheres.

O secretário-geral concluiu seu discurso dizendo que todos devem “cultivar uma cultura de paz”, conforme ditado pelo lema do Dia Internacional da Paz deste ano. Ele disse esperar que esse apelo ressoe em todo o mundo.

Paz sustentável

Em seu discurso, o presidente da Assembleia-Geral disse que “o Sino da Paz representa um símbolo solene do ideal de paz dentro e entre nações” e quando ressoa “envia uma mensagem poderosa”.

Segundo ele, “ondas crescentes de violência e conflito estão criando mais sofrimento e desespero”, aumentando as desigualdades que os países prometeram eliminar. Philemon Yang acrescentou que é hora dos Estados se comprometerem novamente com os princípios da Carta da ONU e trabalharem para “restaurar a confiança e solidariedade na família de nações”.

Para ele, a Cúpula do Futuro oferece uma “oportunidade histórica” de fortalecer as ferramentas de cooperação entre os países e avançar a causa da paz sustentável. 

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