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Mundial de Clubes pode ser cancelado por conta de polêmicas; entenda

A discussão a respeito do número excessivo de partidas que os jogadores de futebol de alto nível devem disputar vem ganhando força nos últimos anos. Este tema emergiu como uma das preocupações mais prementes do esporte, com atletas e treinadores fazendo constantes apelos para uma redução no calendário competitivo, buscando maior tempo de descanso.

Recentemente, a situação se intensificou quando Rodri, jogador do Manchester City e da seleção espanhola, mencionou a possibilidade de uma greve devido ao exaustivo cronograma. Este comentário seguiu o rompimento de seu ligamento cruzado anterior durante um jogo contra o Arsenal, sua 67ª partida desde agosto de 2023.

Ação Legal contra a FIFA

Em resposta a esta situação, a FIFPro (sindicato mundial dos jogadores) e as Ligas Europeias apresentaram uma queixa antitruste contra a FIFA na Comissão Europeia, alegando abuso de poder pela entidade reguladora. A ação visa obrigar a FIFA a dialogar com jogadores e ligas sobre a definição do calendário de competições internacionais.

No mesmo dia, uma conferência foi realizada em Bruxelas, durante a qual representantes das entidades envolvidas explicaram a iniciativa e defenderam a necessidade urgente de se reavaliar como as decisões sobre o calendário são tomadas. Eles esperam que a Comissão Europeia intervenha, possibilitando uma maior influência das ligas nacionais e dos jogadores na organização das competições.

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Presidente do PSG afirmou que ‘se tem queixa não jogue’ sobre reclamações do novo Mundial.
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Argumentos da FIFA

Por sua vez, a FIFA argumenta que as próprias ligas agem em benefício próprio, sem considerar os impactos globais de suas decisões. Em defesa, a entidade cita que o número de jogos internacionais é limitado em comparação aos jogos de clubes, e que sua proposta de calendário até 2030 foi aprovada por um conselho que incluiu membros da FIFPro e das ligas.

A FIFA ainda sustenta que o novo formato do Mundial de Clubes, que deverá seguir seu curso, não afetará significativamente o bem-estar dos jogadores. Este evento, planejado para acontecer a cada quatro anos com um máximo de sete jogos por equipe, teria pouco impacto sobre o já sobrecarregado calendário.

Impactos e Expectativas

O descontentamento com a situação levou a uma ação legal que poderá demorar anos a se resolver, mas que, se favorável às ligas e sindicatos, poderá significar uma redistribuição de poder na definição dos detalhes do calendário futebolístico. Javier Tebas, presidente da LALIGA, afirmou que o dia do anúncio representou um momento crucial na governança do futebol.

Mesmo que o novo Mundial de Clubes ainda seja realizado conforme o planejado, a iniciativa legal pode garantir um diálogo futuro mais inclusivo e equilibrado em relação ao planejamento das competições, preservando o bem-estar dos jogadores. Essa batalha jurídica, além de salientar a complexidade do futebol moderno, ressalta a constante busca por um equilíbrio entre o interesse econômico e a saúde física dos atletas.

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