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Fair play financeiro europeu justificaria os investimentos no Botafogo

Citado por John Textor, quando o dono da SAF do Botafogo fez críticas ao jornalista Danilo Lavieri e ao “UOL”, o economista Cesar Grafietti opinou ser “natural” o forte investimento do empresário norte-americano no clube alvinegro nos primeiros momentos de sua gestão. De acordo com Grafietti, um grande aporte inicial é indispensável para um clube que enfrentava sérios problemas financeiros.

Grafietti explica que sempre que alguém adquire uma empresa em dificuldades, é preciso fazer uma reforma substancial. “É natural que, em um primeiro momento, faça isso, um grande aporte. Todo mundo tem que entender isso. Mas ninguém tem bolso infinito. Ninguém vai botar R$ 300 ou R$ 400 milhões todo ano. Não tem bolso sem fundo. Em um primeiro momento é normal que se faça reforço de caixa”, afirmou Grafietti ao portal “Band.com.br”.

Investimento Inicial no Botafogo

O economista acrescentou que, no próprio fair play financeiro da Uefa, existe um mecanismo que autoriza esse tipo de investimento inicial num clube que passa por dificuldades. “Na Uefa, os clubes são autorizados a ter 60 milhões de euros de prejuízo na soma de três anos. Mas a Uefa autoriza que cada clube tenha até 90 milhões de prejuízo, se tiver aporte de um acionista”, explicou Grafietti, mencionando que essa diferença pode ser “coberta” por um dono, sendo até maior em países com regras específicas, como na Inglaterra.

Como é Feita a Gestão Financeira na UEFA?

Na Uefa, os clubes têm regras bem claras sobre como podem gerenciar suas finanças, especialmente quando estão sob nova direção. Em muitos casos, existe um limite para o prejuízo que um clube pode ter ao longo de três anos, mas com a possibilidade de aumentá-lo caso haja investimentos de acionistas. Isso é visto como uma forma de estabilizar clubes que estão em dificuldades e torná-los competitivos novamente.

  • Limite de 60 milhões de euros de prejuízo em três anos.
  • Aporte adicional de até 90 milhões de euros permitido.
  • Regras específicas variam entre os países.

Transparência nas Contas do Botafogo: Realidade ou Ficção?

Em um post no Instagram na última semana, Textor afirmou que o Botafogo está em total conformidade com o fair play financeiro existente na Europa. Contudo, Grafietti contestou essa comparação, classificando-a como “irreal”, e sugeriu mais transparência nas contas da SAF alvinegra.

“Fazer uma comparação do Botafogo em qualquer modelo europeu é irreal. Por exemplo: o modelo da Uefa faz a conta usando prejuízos acumulados de três anos. A SAF do Botafogo vai finalizar o segundo ano agora. No ano passado o Botafogo estourou. Neste ano não sabemos. O dirigente fala aquilo que a torcida quer. Para tentar abordar esse ponto seria importante mostrar se a receita subiu. O Botafogo teria que mostrar a renda a cada seis meses, mas falta transparência. Fazer essa comparação é irreal”, pontuou Grafietti.

Os Desafios da SAF do Botafogo

Esse debate levanta alguns pontos críticos sobre a gestão e financiamento de clubes brasileiros que adotam o modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF). A necessidade de altos investimentos para tirar os clubes de crises financeiras se contrapõe aos desafios de manter a transparência e a sustentabilidade a longo prazo.

Ao considerar a opinião de economistas como Cesar Grafietti, pode-se entender melhor a complexidade que envolve a gestão de clubes em situações financeiras complicadas. O acompanhamento contínuo e a transparência são elementos essenciais para o sucesso de qualquer clube que pretende não só se recuperar, mas também ser competitivo nos cenários nacional e internacional.

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