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Economia

R$ 6 bilhões do programa Pé-de-Meia são bloqueados pelo TCU

O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu, nesta quarta-feira (22/1), suspender os recursos destinados ao programa Pé-de-Meia. A medida, aprovada pelo plenário do órgão, implica na retenção de R$ 6 bilhões. Trata-se de uma decisão cautelar, indicando que o caso ainda não foi analisado em definitivo.

No final da tarde, a Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com um recurso em nome do governo contra a determinação.

Como Funciona o Programa Pé-de-Meia?

Ministério da Educação/Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O programa Pé-de-Meia trata-se de uma iniciativa destinada a proporcionar assistência financeira a alunos do ensino médio público e da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Esses alunos, que são beneficiários do Cadastro Único para Programas Sociais, recebem um auxílio mensal de R$ 200 enquanto mantiverem frequência regular. Ao final de sua etapa de ensino, recebem um montante adicional de R$ 3.000.

Essa modalidade de incentivo financeiro tem como objetivo principal contribuir para a permanência e conclusão do ensino médio por parte de estudantes de baixa renda, reduzindo a evasão escolar e proporcionando melhores oportunidades futuras.

Quais Foram as Irregularidades Apontadas pelo TCU?

O relatório do Tribunal de Contas da União destaca que os recursos destinados ao Pé-de-Meia não constavam no Orçamento Geral da União. A legislação autorizou a transferência de verbas ao Fundo de Incentivo à Permanência no Ensino Médio (Fipem), mas não permitiu que os pagamentos aos estudantes ocorressem sem que fossem incluídos no orçamento.

Segundo o ministro relator Augusto Nardes, o uso de recursos à margem do orçamento constitui um risco para futuros pagamentos, justificando assim a decisão de bloqueio como medida cautelar. O bloqueio foi determinado à Caixa Econômica Federal, responsável pela gestão desses fundos.

Foram estabelecidos prazos de 15 dias para que o banco público, o Ministério da Educação, a Secretaria de Orçamento Federal, a Secretaria do Tesouro Nacional e o Fipem apresentem suas manifestações sobre a decisão. O objetivo é esclarecer a situação orçamentária e regularizar o programa, garantindo que ele atenda às normas vigentes.

O Ministério da Educação declarou que todo o trâmite orçamentário foi realizado de forma regular e que os repasses foram devidamente aprovados pelo Congresso Nacional. Esta informação será complementar ao entendimento do TCU no decorrer dos próximos passos legais.

O bloqueio preventivo levantado pelo TCU trouxe à tona a necessidade de um maior rigor na gestão orçamentária de programas sociais. Este cenário destaca a importância de uma supervisão detalhada para assegurar que os benefícios cheguem aos estudantes de forma adequada e dentro das normas fiscais.

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