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Economia

Justiça penhora bens de dono da Starbucks para pagar dívida de R$ 71,5 milhões

Foto: Imagem ilustrativa/Unsplash

Kenneth Pope, CEO da SouthRock, empresa que administra a Starbucks no Brasil e que passa por um processo de recuperação judicial, enfrenta a penhora de bens devido a um processo relacionado a dívidas de R$ 71,5 milhões com a Travessia, uma empresa de crédito financeiro. A execução da dívida foi ordenada pela juíza Mônica Soares Machado, da 33ª Vara Cível de São Paulo.

A defesa de Pope contestou a execução de um título extrajudicial que exigia o pagamento pela empresa. Os advogados da SouthRock e de Pope questionaram a quantia de R$ 71,5 milhões, alegando falta de explicação nas planilhas apresentadas e inconsistências nos cálculos do índice de correção da dívida utilizado pela Travessia.

Durante o processo, a Travessia também solicitou a quebra do sigilo bancário de Pope, acusando-o de desviar R$ 20 milhões da SouthRock, dinheiro que teria desaparecido. A juíza, no entanto, não viu justificativa para tal medida na execução atual, cujo foco é localizar bens do devedor.

Antes do processo de recuperação judicial para reestruturar uma dívida de R$ 1,8 bilhões, a SouthRock teria falsificado documentos e ocultado mais de R$ 120 milhões em dívidas para obter um financiamento de R$ 75 milhões com a Ibiuna Investimentos e a Travessia Securitizadora. Documentos vazados incluem e-mails e planilhas que detalham o caso.

Conforme a notícia-crime, executivos da Starbucks Brasil teriam alterado dados para garantir a aprovação do financiamento de R$ 75 milhões, escondendo dívidas significativas de outras empresas da SouthRock nas demonstrações financeiras, mascarando o verdadeiro nível de endividamento da empresa.

Inicialmente, o endividamento bancário da Starbucks Brasil, reportado em junho de 2022 para o empréstimo, era de cerca de R$ 187 milhões. No entanto, no final de 2022, esse valor subiu para R$ 267,7 milhões.

Além disso, foram apresentados organogramas societários incompletos, omitindo holdings não operacionais do grupo com grandes dívidas. Estas empresas, segundo a denúncia, acumulavam pelo menos R$ 400 milhões em dívidas, um fato não mencionado anteriormente.

Por exemplo, a SRC 6 Participações Ltda., uma dessas empresas, emitiu dois Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) de R$ 66 milhões cada. As credoras só descobriram a existência dessa empresa em 2023, quando souberam que essas dívidas, totalizando R$ 122 milhões, haviam sido pagas. No processo de contratação do financiamento de R$ 75 milhões, esses dados foram omitidos nos demonstrativos de endividamento bancário e em documentos complementares.

Portanto, em junho de 2022, o endividamento total da Starbucks não era de R$ 187,19 milhões, mas quase R$ 310 milhões, já que a Starbucks Brasil havia garantido os CRIs emitidos em 5 de agosto de 2021 e 21 de fevereiro de 2022, no valor de R$ 66 milhões cada. A SouthRock também mostrou sinais de manipulação financeira.

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