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Economia

Dólar fecha com segundo maior valor nominal da história, perdendo apenas para época da pandemia

Créditos: depositphotos.com / VadimVasenin.

O cenário econômico atual se apresenta desafiador tanto no Brasil quanto no exterior. Com um aumento significativo de 20% do dólar ao longo do ano, a economia brasileira observa movimentos cautelosos de investidores. Em meio a isso, a expectativa de um corte de gastos pelo governo brasileiro aguarda uma definição clara, enquanto busca-se cumprir a meta de déficit zero nas contas públicas para 2024. Internacionalmente, o clima é de incerteza devido às eleições nos Estados Unidos e os dados econômicos mais fracos que o esperado.

O mercado global reage às tensões políticas e econômicas, especialmente nos EUA, onde o embate eleitoral entre Kamala Harris e Donald Trump traz preocupações sobre políticas econômicas protecionistas. Dados de emprego decepcionantes nos Estados Unidos, com a criação de apenas 12 mil vagas em outubro, indicam um possível desaquecimento econômico, fazendo o Federal Reserve reconsiderar suas estratégias sobre as taxas de juros.

Desempenho do Dólar e do Ibovespa

No Brasil, o dólar apresentou uma acentuada valorização em 2024, encerrando recentemente com um aumento diário de 1,53%, atingindo R$ 5,8698. Isso resulta em altas acumuladas de 2,90% na semana e um expressivo ganho anual de 20,96%. As flutuações da moeda estrangeira têm implicações diretas na economia nacional, afetando desde o poder de compra até as políticas de importação e exportação.

Por outro lado, o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, apresentou uma queda de 1,23%, sendo um reflexo das incertezas econômicas e políticas. Estas quedas acumuladas somam 1,36% na semana e um declínio anual de 4,52%, indicando um momento de cautela para os investidores nacionais.

Fatores que influenciam o valor do dólar

No cenário internacional, dados de emprego muito abaixo do esperado nos Estados Unidos suscitam preocupações. Embora parte deste desempenho fraco seja atribuído a greves e demissões temporárias, a taxa de desemprego manteve-se estável em 4,1%. Estes números criam um cenário complexo para o Federal Reserve, que precisa equilibrar a manutenção das taxas de juros e o crescimento econômico sustentado.

Outros indicadores econômicos, como o índice PCE e o PIB do terceiro trimestre, também desempenham papel crucial. A ligeira aceleração da inflação reforça a necessidade de ajustes na política monetária para evitar uma desaceleração abrupta da economia norte-americana. Assim, as futuras decisões de taxa de juros pelo Fed estão sendo observadas de perto pelo mercado global.

Resposta da economia brasileira

No Brasil, a produção industrial viu um crescimento notável em setembro, superando as expectativas do mercado. Este aumento, tanto mensal quanto anual, indica uma retomada da atividade econômica, impulsionada também por uma significativa redução na taxa de desemprego. Contudo, este aquecimento econômico pode alimentar uma inflação maior, levando a possíveis elevações na taxa Selic para controlar o aumento dos preços.

O desafio maior está em equilibrar o crescimento econômico e a inflação, especialmente no setor de serviços, que é sensível a variações de preços. O Comitê de Política Monetária (Copom) será crucial nos próximos passos econômicos, com expectativas de que a taxa Selic possa subir para manter a inflação sob controle, ao mesmo tempo que tenta não sufocar o crescimento econômico.


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