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Economia

Campos Neto pode antecipar saída e pretende  ‘transição suave’

Foto: Alex Silva / Estadão

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que está prestes a deixar o cargo em 31 de dezembro, enfatizou a importância de realizar a sabatina do seu sucessor ainda este ano. Ele expressou seu compromisso em assegurar uma transição tranquila e argumentou que, por questões práticas, a sabatina não deve ser adiada para o próximo ano. Campos Neto destacou que, caso contrário, haveria um vácuo na liderança, já que seu mandato termina no final do ano e o Congresso estará em recesso, impossibilitando a realização da sabatina para um presidente interino, segundo informações do Estadão.

Durante um evento do Bradesco BBI, ele também observou que a unanimidade nas decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) reflete um consenso entre os diretores, o que contribuiu para a redução do prêmio de risco associado à mudança de liderança no Banco Central.

Na última terça-feira, o Ministro da Economia, Fernando Haddad, mencionou a possibilidade de antecipar a indicação do próximo presidente do Banco Central. Durante um evento, ele destacou que a transição será distinta da ocorrida entre 2022 e 2023, enfatizando a necessidade de consultar o Banco Central sobre o processo.

Haddad também comentou sobre as tensões na relação com o Banco Central, atribuindo-as à ausência da administração de Jair Bolsonaro durante a transição governamental. Ele lembrou que a transição foi conduzida principalmente pelo Legislativo e que as dificuldades foram superadas.

Roberto Campos Neto, atual presidente do Banco Central, ao discutir os desafios do cargo, salientou a importância de manter a firmeza, inclusive de negar propostas quando necessário. Ele reiterou que a principal preocupação deve ser o controle da inflação, defendendo que o melhor plano econômico é manter a inflação baixa e estável.

Sobre a inflação, Campos Neto afirmou que a desaceleração está alinhada com as previsões do Banco Central, apesar de uma expectativa de leve piora no curto prazo. O Banco Central prevê uma inflação de 0,24% em março e 0,35% em abril, com uma desaceleração subsequente para 0,27% em maio e 0,15% em junho. O IPCA-15 registrou um aumento de 0,36% em março.

Finalmente, ao abordar a situação fiscal, ele expressou otimismo quanto à possibilidade de o Brasil apresentar bons resultados fiscais neste ano, mas antecipou que o maior desafio fiscal ocorrerá em 2025.

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