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Economia

Ainda sem impacto das enchentes no RS, inflação sobe novamente em abril

Imagem: ROBERTO GARDINALLI/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

A inflação oficial de preços voltou a acelerar e subiu 0,38% em abril, ante variação de 0,16% registrada no mês anterior. Conforme as informações divulgadas nesta sexta-feira (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o ganho de ritmo do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) foi puxado pela alta dos alimentos e dos produtos farmacêuticos.

Como foi o IPCA

A variação do índice de preços a menor para o mês em três anos. Mesmo com a aceleração, a taxa é a menor para o mês desde a variação de 0,31% apurada em 2021. No mesmo período do ano passado, a alta foi de 0,61%.

No acumulado em 12 meses, o índice desacelerou. Com a alta registrada em abril, o índice soma uma variação de 3,69% no período anual. A variação é inferior à taxa dos 12 meses encerrados em março (+3,93%). No ano, a inflação acumula alta de 1,8%.

Resultado mantém o IPCA dentro da meta. O índice acumulado em 12 meses segue no intervalo estabelecido pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) em 3%. O valor tem margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, entre 1,5% e 4,5%.

Alta mensal foi guidada pelas variações dos alimentos e produtos farmacêuticos.Os movimentos colocam os grupos de saúde e cuidados pessoais (+1,16%) e alimentação e bebidas (+0,70%) como os principais vilões da inflação em abril.

Saúde e cuidados pessoais foi impactado pela alta de preços dos produtos farmacêuticos, em decorrência do reajuste de até 4,5% autorizado pela CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), a partir de 31 de março.
André Almeida, gerente do IPCA

Inflação dos alimentos acelerou

Entre os alimentos, a alta de 0,7% é superior à apresentada em março. A aceleração é puxada pelos itens que compõem a alimentação no domicílio, que saltou de 0,59% no mês anterior para 0,81% em abril. A alimentação fora de casa, por sua vez, subiu 0,39%, alta também acima da apurada em março (+0,35%).

Mamão (22,76%), cebola (15,63%), tomate (14,09%) e café moído (3,08%) foram os vilões. Em abril, os produtos foram responsáveis pelas variações mais significativas entre os alimentos devido à redução da oferta.Continua após a publicidade

Fenômenos climáticos ocorridos no fim de 2023 e no começo de 2024 afetaram a produção.
André Almeida, gerente do IPCA

Passagens aéreas ficaram mais baratas e combustíveis mais caros. A alta de 0,14% do grupo de transportes foi atenuada pela queda de 12,09% dos bilhetes aéreos. Por outro lado, os preços do etanol (+4,56%), da gasolina (+1,5%) e do óleo diesel (+0,32%) registraram altas.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em abril. No mês, apenas artigos de residência (-0,26%) e habitação (-0,01%) apresentaram oscilações negativas.

  • Saúde e cuidados pessoais: +1,16%
  • Alimentação e bebidas: +0,7%
  • Vestuário: +0,55%
  • Comunicação: +0,48%
  • Transportes: +0,14%
  • Despesas pessoais: +0,1%
  • Educação: +0,05%
  • Habitação: -0,01%
  • Artigos de residência: -0,26%

O que é o IPCA?

O índice oficial de inflação do Brasil é calculado a partir de uma cesta de 377 produtos e serviços. A escolha pelos itens tem como base o consumo das famílias com rendimentos de um a 40 salários mínimos. O cálculo final considera um peso específico para cada produto analisado pelo indicador.Continua após a publicidade

O IPCA leva em conta a evolução dos preços em nove grandes grupos. As análises consideram as variações apresentadas por itens das áreas de alimentação e bebidas, artigos residenciais, comunicação, despesas pessoais, educação, habitação, saúde e cuidados pessoais, transportes e vestuário.

O levantamento mensal é feito nos grandes centros urbanos do país. Para isso, o IBGE considera as regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal. Há ainda pesquisadores nos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.

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