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Líder da ONU condena ataque com armas pesadas em área povoada de Gaza

Nesta terça-feira, o secretário-geral da ONU condenou veementemente os ataques aéreos israelenses em uma zona densamente povoada em Gaza e o “assassinato de civis, incluindo mulheres e crianças”.

António Guterres enfatizou que o uso de armas pesadas em áreas densamente povoadas é “injusto”.

Bloqueio de equipe da ONU

Os palestinos deslocados foram repetidamente instruídos pelas autoridades israelenses a ocuparem esta área em Khan Younis em busca de abrigo e segurança.

Em nota publicada pelo seu porta-voz, o líder das Nações Unidas disse que o ataque desta terça-feira ocorreu logo após “um dos ataques mais horríveis” à capacidade dos trabalhadores humanitários de fornecer vacinas vitais.

Ele se refere ao episódio ocorrido na segunda-feira, quando 12 funcionários da ONU, cujo movimento foi totalmente coordenado com as forças israelenses, foram detidos em um posto de controle. Eles estavam a caminho do norte de Gaza para apoiar a campanha de vacinação contra a poliomielite.

As forças de Israel dispararam tiros e o comboio da ONU foi empurrado por um tanque militar e uma escavadora com a equipe dentros dos veículos. Os carros ficaram retidos neste posto durante sete horas e meia e nao puderam cumprir a sua missão humanitária. O secretário-geral condencou com veemência este incidente.

Os danos causados ​​por um ataque aéreo que atingiu um campo improvisado para deslocados na área de Al Mawasi, a oeste de Khan Younis

Os danos causados ​​por um ataque aéreo que atingiu um campo improvisado para deslocados na área de Al Mawasi, a oeste de Khan Younis

Desrespeito a principios da lei internacional

Guterres reiterou que o direito internacional humanitário, incluindo os princípios da distinção, proporcionalidade e precauções no ataque, devem ser sempre respeitados por todas as partes no conflito.

Ele também apelou à proteção dos civis, incluindo os trabalhadores humanitários, bem como à facilitação do acesso humanitário.

O secretário-geral reiterou  que se chegue a um acordo imediato sobre um cessar-fogo e a libertação imediata e incondicional de todos os reféns.

Escolas se tornaram “lugar de desespero”

Nesta quarta-feira, o comissário-geral da Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, disse que o início da guerra ditou o fechamento de todas as suas escolas, transformando-as em abrigos para famílias deslocadas.

Philippe Lazzarini afirmou que as salas de aula que costumavam acolher meninas e meninos estão agora superlotadas com famílias deslocadas ou estão destruídas.

Segundo ele, “os colchões substituíram as carteiras escolares” e muitas escolas se tornaram “lugares de desespero, fome, doença e morte”.

O líder da Unrwa destacou que todas as crianças perderam um ano adicional de educação nesta “guerra brutal”. Para ele, quanto mais tempo as crianças permanecerem fora da escola, “nos escombros de uma terra devastada, maior será o risco de se tornarem uma geração perdida”.

Lazzarini alertou que esta é uma “receita para ressentimentos e extremismos futuros”. Ele defendeu que as crianças em Gaza merecem aprender e ser crianças como qualquer outra criança em qualquer outro lugar.

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